Page 66 - [000783]_Neat
P. 66

Preston & Post analisaram o campo de acção da gestão da responsabilidade nos

                  termos de envolvimento “primário” e “secundário” da empresa no seu ambiente social.
                  O envolvimento primário  inclui a principal tarefa económica da empresa, tal como a

                  localização  e  a  criação  da  empresa,  a  pesquisa  de  fornecedores,  o  envolvimento  dos

                  colaboradores,  as  funções  da  produção  e  a  venda  dos  produtos.  Também  inclui  os
                  requisitos  legais.  O  envolvimento  secundário  surge  como  consequência  do  primeiro.

                  Eles são, por exemplo, oportunidades de carreira para alguns indivíduos, que provêm da
                  actividade principal de selecção e promoção de colaboradores.

                         Ao  mesmo  tempo,  estes  autores  são  a  favor  da  intervenção  das  empresas  no
                  processo  da  política  pública,  especialmente  no  que  diz  respeito  a  áreas  em  que  as

                  políticas públicas ainda não estãos claramente estabelecidas ou que ainda se encontram

                  em transição: “ É legitímo – e pode ser essencial – que as empresas possam participar
                  abertamente na formação de políticas” (Preston & Post, 1981:61).

                         Na prática, a descoberta do conteúdo da responsabilidade pública é uma difícil e
                  complexa  tarefa  e  requer  atenção  na  gestão.  Como  Preston  &  Post  (1981:57)

                  reconheceram, “o conteúdo da política pública não é necessariamente óbvia ou fácil de

                  descobrir,  nem  é  invariável  ao  longo  do  tempo”.  De  acordo  com  esta  visão,  se  as
                  empresas aderirem aos padrões de desempenho da lei e ao processo existente de política

                  pública, depois serão julgadas em termos das expectativas sociais.
                         O desenvolvimento desta abordagem foi paralela ao estudo do relacionamento

                  governo-empresas  (Vogel,  1986).    Estes  estudos  incidiram  sobre  as  regulamentações

                  governamentais  –  a  sua  formulação  e  implementação  –  bem  como  as  estratégias
                  corporativas para influênciar estes regulamentos, incluindo contribuições, lobbying be

                  outros grupos de pressão.
                  A gestão das partes interessadas

                           Em  vez  de  concentrar  numa  resposta  genérica,  questões  especifícas  ou  sobre  o
                  princípio  da  responsabilidade  pública,  a  abordagem  chamada  “gestão  das  partes

                  interessadas”  é  orientada  para  as  “partes  interessadas”  ou  para  as  pessoas  que
                  influenciam  ou  são  afectadas  pelas  políticas  e  pelas  práticas  da  empresa  que  como

                  vimos fazem parte da dimensão externa e interna da empresa.

                        Embora  a  gestão  das  partes  interessadas  já  esteja  implementada  há  bastante
                  tempo,  o  seu  desenvolvimento  académico  começou  no  final  dos  anos  70,  do  século

                  passado (Sturdivant, 1979). Emshoff  & Freeman (1978) apresentaram dois princípios
                  básicos  que  servem  de  base  à  gestão  das  partes  interessadas.  O  primeiro  é  que  o


                                                                                                     66
   61   62   63   64   65   66   67   68   69   70   71