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Preston & Post analisaram o campo de acção da gestão da responsabilidade nos
termos de envolvimento “primário” e “secundário” da empresa no seu ambiente social.
O envolvimento primário inclui a principal tarefa económica da empresa, tal como a
localização e a criação da empresa, a pesquisa de fornecedores, o envolvimento dos
colaboradores, as funções da produção e a venda dos produtos. Também inclui os
requisitos legais. O envolvimento secundário surge como consequência do primeiro.
Eles são, por exemplo, oportunidades de carreira para alguns indivíduos, que provêm da
actividade principal de selecção e promoção de colaboradores.
Ao mesmo tempo, estes autores são a favor da intervenção das empresas no
processo da política pública, especialmente no que diz respeito a áreas em que as
políticas públicas ainda não estãos claramente estabelecidas ou que ainda se encontram
em transição: “ É legitímo – e pode ser essencial – que as empresas possam participar
abertamente na formação de políticas” (Preston & Post, 1981:61).
Na prática, a descoberta do conteúdo da responsabilidade pública é uma difícil e
complexa tarefa e requer atenção na gestão. Como Preston & Post (1981:57)
reconheceram, “o conteúdo da política pública não é necessariamente óbvia ou fácil de
descobrir, nem é invariável ao longo do tempo”. De acordo com esta visão, se as
empresas aderirem aos padrões de desempenho da lei e ao processo existente de política
pública, depois serão julgadas em termos das expectativas sociais.
O desenvolvimento desta abordagem foi paralela ao estudo do relacionamento
governo-empresas (Vogel, 1986). Estes estudos incidiram sobre as regulamentações
governamentais – a sua formulação e implementação – bem como as estratégias
corporativas para influênciar estes regulamentos, incluindo contribuições, lobbying be
outros grupos de pressão.
A gestão das partes interessadas
Em vez de concentrar numa resposta genérica, questões especifícas ou sobre o
princípio da responsabilidade pública, a abordagem chamada “gestão das partes
interessadas” é orientada para as “partes interessadas” ou para as pessoas que
influenciam ou são afectadas pelas políticas e pelas práticas da empresa que como
vimos fazem parte da dimensão externa e interna da empresa.
Embora a gestão das partes interessadas já esteja implementada há bastante
tempo, o seu desenvolvimento académico começou no final dos anos 70, do século
passado (Sturdivant, 1979). Emshoff & Freeman (1978) apresentaram dois princípios
básicos que servem de base à gestão das partes interessadas. O primeiro é que o
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