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Lama Padma Samten – Nascendo no Lótus


            vamos surgir dentro disso? Precisamos de uma forma de inserção para surgir. Esta forma de inserção
            é a flor do lótus. Nós só conseguiremos agir se surgirmos no ambiente. Aquilo é feito e quando
            fazemos aquilo acontecer, surge a radiância.   Temos que fazer parte, de fato. Por exemplo, eu
            gostaria de dizer NÃO para a nova ogiva nuclear que estão construindo, mas eu não sei nem para
            quem!   Às   vezes   as   ações   negativas   se   protegem.   Não   há   nem   como   chegar   àquilo.   Também
            gostaríamos de dizer para os deputados algo, mas como? Então não temos a flor de lótus, pode
            brotar o talo, mas a radiância não.  Se não temos os meios hábeis, no mínimo devemos rezar.

            Depois nos defrontamos com uma situação, problema pessoal.


            3 - Depois de contemplar isoladamente, partimos para o trabalho em grupo, já estamos equipados
            para isto. Contamos uns para os outros, e enquanto um relata, todos os outros integrantes do grupo
            ouvem, nos ajudam a pensar sobre aquilo. Faz parte do nosso exercício ouvir o outro. Este não é um
            exercício  muito  simples, porque muitas vezes misturamos com  as  nossas próprias  coisas. Este
            também já é um exercício de compaixão, ouvir o outro; e um exercício de amor também, ver as
            qualidades do outro, estamos acompanhando o outro. Recordamos o que cada um disse, ajudamos a
            clarear aquilo. Se estivermos com a mente muito dispersa, pensando nos próprios problemas, não
            conseguiremos ouvir direito. Este exercício é de grande importância. Assim,  nós também surgimos
            como sanga: as pessoas se ouvem e falam as coisas do Darma umas para as outras. Surgem alianças,
            proximidades. No grupo há um relator que escreve tudo.

            Essencialmente o que se vai fazer para ultrapassar o sofrimento é nascer no lótus. Coisa que qualquer
            Padmasambava faz! É simples! Vocês vão perceber que o nosso sofrimento cessa quando o talo do
            lótus surge, o lótus surge. Estamos aqui todos tentando escapar do sofrimento, todos com essa
            motivação autocentrada! Há a situação de não ver meios hábeis e ficar entalado!! Nos reinos dos
            infernos, nasce um tridente!! Quem já não saiu do lodo e da água com um?! (risos). O reino dos seres
            carentes já sai com um lencinho! Mas nós estamos pensando no talo do lótus! Cada grupo elabora,
            então, uma pergunta para o Lama. É preciso meia hora para a meditação, mais uma hora para a troca,
            e no fim, fazemos o repouso da mente.




            Sábado  – 02 de maio.

            Ego


            Ontem, nós começamos com o sofrimento e acabamos com o lótus! Uma mudança! Mas alguns
            ficaram um pouco frustrados quando se viram incapazes de resolver as coisas. Algumas coisas se
            resolvem,   outras   não.   Hoje   então,   teremos   uma   etapa   que   é   um   antídoto,   porque   ontem
            perguntaram se isso tudo não geraria um ego, alguma coisa que estaria inflando!  Essa é a questão.
            Porque estamos trabalhando com o nascimento sobre o lótus, como tudo aquilo brota.

            Na medida em que tudo isso brota, nasce uma identidade. Já pensou? Mãe, eu sou um Buda!! Há um
            antídoto para isso que eu vou usar amanhã, quando formos examinar o surgimento natural das
            emoções perturbadoras da nossa ação. Mas faremos o contrário, em vez de ficar “se achando”,
            vamos   gerar   uma   “depressão”   do   Darma,   vamos   sentir   um   pouco   de   aflição.   Na   saída   final,

            CEBB - Retiro Araras – maio 2009                                                            18 / 43
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