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Lama Padma Samten – Nascendo no Lótus


            arrumaremos isso. Mas voltaremos a isso amanhã. Então, já tendo mencionado a nossa fragilidade
            em afundar facilmente em emoções perturbadoras e fazer ações não-virtuosas, já olhem isso como
            um antídoto natural.






            Visão direta da Mandala do Lótus e paisagem

            Nos casos de ontem dos grupos, muitos trouxeram essa frustração de não conseguirem o lótus. Isso
            nos traz a motivação clara de nos capacitarmos melhor, fazer melhor do que temos feito.  O melhor
            tipo de proteção, então, é entrarmos na mandala do lótus, diretamente. O aspecto da mandala é,
            essencialmente, termos uma ação de corpo, manifestação em nível de corpo, de energia e de mente.
            Comandando isso nós temos as paisagens. As paisagens nos levam a fazer coisas transloucadas ou
            coisas boas. Essencialmente, a noção de paisagem está ligada aos seis reinos.   Nós temos uma
            ausência de lucidez, temos esse flutuar dentro dos seis reinos. Reinos dos deuses, semideuses,
            humanos, animais, seres carentes ou demônios famintos e os infernos. Nós estamos por ali.  Temos
            subpaisagens   dentro   disso.   Por   exemplo,   recentemente   saiu   no   jornal   o   caso   de   uma   pessoa
            aparentemente normal que jogou o carro em cima de pessoas na Holanda. Então foram ver a ficha
            dele e nunca fora preso, não era drogado, estava apenas desempregado. Quando olhamos a vida
            dele, as paisagens onde ele habitava, nada o levaria a fazer aquilo. Mas naturalmente, agora, ele está
            em outra paisagem. Na paisagem atual aquilo se torna apropriado! Nós encontramos isso por todo
            lado, não é que a pessoa tenha um parafuso a menos, às vezes até tem, mas este não é o ponto, este
            enlouquecimento diz respeito a uma paisagem. É uma paisagem dos infernos: perdeu o emprego,
            perdeu a casa – estou nos infernos!





            Estruturas cármicas


            Quando estudamos os quatro pensamentos que transformam a mente, avaliamos que todos nós
            temos estruturas cármicas, elas estão em um nível primário, quer dizer, elas não estão aflorando.
            Todos nós temos estruturas cármicas de todos os reinos, e de acordo com as condições cármicas
            secundárias essas estruturas afloram. Estas estruturas primárias são as fragilidades. Por exemplo, se
            vocês   estivessem   numa  situação  ruim,   -  sei   que  quase   não   passam!   -  fariam  o   quê?     Talvez
            investissem dentro do reino dos infernos, com certeza! Como avaliamos isso? Nós vemos que temos
            essa conexão, temos isso guardado. É uma coisa curiosa, se acontece algo muito ruim para nós,
            ficamos progressivamente piores, em vez de ficarmos melhores para neutralizar a negatividade que
            está desabando. Dizemos: agora sim! Então estamos no reino dos infernos, longamente guardado
            dentro de nós, e agora ele aflora!  Achamos que aquilo é sabedoria. Acho que raras pessoas não
            buscam esse mecanismo de refúgio nos infernos. Ele já está por trás das armas que queremos
            comprar: “Nunca mato ninguém, nem uma mosca, mas guardo isso aqui para uma ocasião assim...
            excepcional”. Nós temos esse refúgio, essa segurança, segurança do reino dos infernos. Se o reino dos
            deuses e semideuses não funcionar, vamos para os infernos! Lá tudo se resolve! Existem partes do
            mundo onde ainda é possível os homens matarem as mulheres por questão de honra. Eu me lembro


            CEBB - Retiro Araras – maio 2009                                                            19 / 43
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